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Como é a sessão de Psicoterapia em sexualidade?

Psicóloga Michele Gouveia | Especialista em Sexologia e Análise do Comportamento.

Psicoterapia Especializada em Sexualidade com

Michele Gouveia

Para explorar questões relacionadas à sexualidade humana.

 

Esta é uma modalidade específica de terapia que vai focar nos componentes psicológicos associados a queixas sexuais e dará ênfase às dinâmicas dos relacionamentos.

Psicóloga Michele Gouveia | Especialista em Sexologia e Análise do Comportamento.

Meu Objetivo

 Fornecer um ambiente de apoio e compreensão, onde você possa explorar livremente suas preocupações e desafios relacionados à sexualidade. Juntos, trabalhamos para promover uma sexualidade positiva, saudável e gratificante, enquanto enfrentamos questões culturais e de gênero que possam influenciar nossa experiência sexual.

Qual é a diferença entre terapia individual e terapia em sexualidade?

Minha abordagem terapêutica é centrada no cliente e baseada em evidências, combinando princípios da análise do comportamento com estratégias da psicologia clínica. 

 

Durante as sessões, trabalhamos juntos para explorar e compreender questões complexas relacionadas à sexualidade, incluindo problemas de relacionamento, disfunções sexuais, questões de gênero e orientação sexual, alterações do desejo e questões de saúde reprodutiva.

Temas Abordados
na terapia em sexualidade

  • Problemas de Relacionamento e Disfunções Sexuais: Se você estiver enfrentando dificuldades em seus relacionamentos ou lidando com disfunções sexuais, como disfunção erétil, ejaculação precoce, vaginismo e anorgasmia, estou aqui para oferecer apoio e orientação para superar esses desafios.

  • Questões de Gênero e Orientação Sexual: Como parte integrante da identidade de cada indivíduo, questões relacionadas à identidade de gênero e orientação sexual são exploradas de forma sensível e respeitosa durante as sessões, proporcionando um ambiente seguro para autoexploração e aceitação.

  • Questões de Saúde Reprodutiva e Sexual: Fornecemos suporte psicológico para lidar com questões relacionadas à contracepção, fertilidade, gravidez, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e outras questões de saúde sexual, promovendo uma abordagem holística para o bem-estar sexual.

  • Alterações do Desejo e Comportamento Sexual Compulsivo: Flutuações no desejo sexual ou comportamentos sexuais compulsivos podem causar angústia significativa. Trabalhamos juntos para entender as causas subjacentes dessas alterações e desenvolver estratégias para promover uma vida sexual saudável e equilibrada.

A terapia individual é um tipo de psicoterapia que se concentra em questões mais amplas relacionadas ao bem-estar mental, emocional e comportamental de uma pessoa. Durante as sessões de terapia individual, o cliente pode discutir uma variedade de preocupações, como ansiedade, depressão, estresse, autoestima, relacionamentos interpessoais, traumas passados ​​e habilidades de enfrentamento.

Terapia Individual:

Terapia em Sexualidade:

Por outro lado, a terapia em sexualidade é uma forma específica de terapia que se concentra exclusivamente em questões relacionadas à sexualidade humana. Essas questões podem incluir problemas de relacionamento sexual, disfunções sexuais, identidade de gênero, orientação sexual, questões de saúde sexual e reprodutiva, conflitos emocionais em torno da sexualidade e muito mais. O objetivo da terapia em sexualidade é explorar e resolver questões específicas relacionadas à sexualidade de uma pessoa, promovendo uma compreensão mais saudável e gratificante de sua vida sexual.

A psicoterapia em sexualidade, de modo geral, tende a ocorrer do seguinte modo:

É realizado uma avaliação para entender a queixa e como ela se apresenta, será compreendida a sua história de aprendizagem sexual, ou seja, como aprendeu sobre sexualidade ao longo da vida, as influências familiares, religiosas e culturais, suas primeiras experiências sexuais e as atribuições de significado que fez dessas situações, bem como se houve algum trauma de ordem sexual, entre outras informações relevantes. O objetivo da terapia em sexualidade é auxiliar você a compreender o impacto da sua história sexual no problema atual e te auxiliar a processar do melhor modo essas experiências anteriores.

A Psicoeducação é uma ferramenta de intervenção importante em terapia sexual, por meio dela é possível compreender melhor o funcionamento do teu corpo, desconstruir mitos ou crenças errôneas aprendidas sobre sexualidade, alinhar as expectativas acerca do desempenho sexual e entender melhor a natureza do problema sofrido. 

Para uma melhor compreensão sobre as demandas sexuais é importante considerar que no campo da sexologia existe um entendimento do que seria uma função sexual saudável ou esperada.

Estudiosos na área definiram essas respostas sexuais em estágios:

  1. Sentir desejo diante de um estímulo sexual 

  2. Excitação, conseguir sentir o prazer

  3. Platô manter a excitação

  4. O orgasmo, conseguir o ápice do prazer

  5. Resolução, envolve o relaxamento que ocorre logo após o orgasmo.
     

Se você apresenta alguma dificuldade em algum desses estágios, pode ser que você esteja com um quadro de disfunção sexual.

Uma disfunção é um comportamento sexual que não ocorre como o esperado. É um termo genérico utilizado para compor uma série de dificuldades ou prejuízos em relação às experiências sexuais. Em termos psicológicos são considerados transtornos mentais e estão descritos no Diagnóstico Estatísticos de Transtorno Mentais (DSM), isso porque elas de fato tendem a produzir sofrimento significativo para a pessoa, impactando em suas relações.

Mas, nem toda queixa sexual se configura em uma diagnóstico de disfunção, porém o modo como você se relaciona com ela poderá te colocar no ciclo da falha sexual

portanto é importante buscar apoio profissional assim que observar alguma dificuldade dessa ordem.

CONHEÇA AS PRINCIPAIS DISFUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS (OU DE PESSOAS COM PÊNIS) E FEMININAS (OU DE PESSOAS COM VULVA)

DISFUNÇÃO ERÉTIL

É definido como a incapacidade persistente e recorrente da pessoa com pênis em ter ou manter a ereção durante a atividade sexual, ou ainda que vai perdendo a rigidez da ereção no decorrer da relação.
 

Para fechar o diagnóstico de disfunção, os sintomas precisam estar presentes ao menos por um período de 6 meses seguidos. É avaliado também se sempre esteve presente, desde as primeiras experiências sexuais ou se foi adquirida em algum momento da vida, por exemplo em um momento de maior estresse ou dificuldades no relacionamento.
 

É natural e até esperado, haver a perda de ereção em situações pontuais e o modo como você vai lidar com isso é determinante para instalação ou não do problema.
 

Vivemos em uma sociedade que dita que os homens precisam estar sempre prontos e disponíveis para o sexo, desconsiderando o contexto de vida e as dificuldades do dia a dia, neste cenário os homens com dificuldades de ereção se sentem pressionados e se autocobram, o que resulta na perda da autoconfiança e na percepção errônea de “serem menos homem”. Essa carga negativa atribuída a uma situação de perda de ereção pode produzir ansiedade aumentando o problema e ainda levando a uma evitação sexual, impedindo a possibilidade de melhora do quadro.
 

QUAIS SÃO AS CAUSAS DA PERDA DE EREÇÃO.

As disfunções sexuais podem ser de base orgânicas, quando existe uma questão de saúde, como no caso da disfunção erétil por exemplo, a obesidade ou diabetes, no qual o problema sexual surge em decorrência disso, e pode ser de ordem psicológica, sendo possível que ambos os problemas ocorram concomitantemente. 

Quando são de ordem psicológicas, geralmente está relacionado com experiencias traumáticas no desenvolvimento psicossexual, dificuldades no relacionamento, outras dificuldades psicológicas, ansiedade de desempenho e crenças errôneas acerca de aspectos da sexualidade que foram construídas socialmente.

No caso, da disfunção erétil existe uma autocobrança de alguns homes da essencialidade da ereção, esse processo se dá por uma internalização de expectativas sociais e pessoais relacionados ao desempenho sexual que intensifica significativamente as emoções negativas na hora da atividade sexual, fazendo com que haja a supressão de respostas fisiológicas que estão associadas a ereção.
 

COMO É REALIZADO O TRATAMENTO

A psicoterapia em sexualidade é a principal ferramenta de intervenção, seguido também por uma avaliação médica para eliminar causas orgânicas.

Também será um médico especializado, como um Urologista ou um Andrologista que poderá avaliar a necessidade da utilização de medicações facilitadoras da ereção, atualmente a mais utilizado é a Tadalafila. Medicamentos como o citado atuam melhorando o fluxo sanguíneo para o pênis, o que tende a auxiliar na manutenção da ereção.

Se você está sofrendo com a disfunção erétil, deve estar experimentando um desconforto emocional intenso, por essa razão, a terapia irá se direcionar para atenuar esse desconforto. Também irá resgatar suas experiencias anteriores relacionados a sexualidade para compreender se existe crenças errôneas ou expectativas irreais acerca do desempenho sexual que possa estar sendo gatilho para ansiedade que culmina na perda da ereção.

A partir de uma análise do que ocorre na hora da relação sexual, será possível trabalhar com os pensamentos e comportamentos que podem estar mantendo o problema, eu irei te ajudar a direcionar melhor seus pensamentos e ações para evitar a falha sexual. 

Geralmente, pacientes com dificuldade de ereção tende a adotar estratégias comportamentais baseadas em uma autorregra “se eu não fizer deste modo, então vou falhar” esse pensamento tende a deixar o repertorio sexual inflexível e limitado, distanciando esse homem da excitação necessária para ter uma ereção sexual satisfatória, o que tende, assim com a evitação de situações sexuais, a reforçar o problema, agindo na manutenção da perda de ereção.

Por fim, o processo terapêutico, neste caso irá te auxiliar a:

  • Regular as emoções negativas presentes;

  • Reestruturar as crenças sobre sexualidade 

  • Desconstruir mitos sexuais

  • Desenvolver autoconhecimento do seu corpo e de seu processo excitatório;

  • Favorecer e mediar a comunicação com a parceria (quando houver uma)

  • Ajudar a lidar com os pensamentos automáticos que ocorrem no momento da atividade sexual que influenciam nas respostas de ansiedade e por consequência na ereção;

 

EJACULAÇÃO PRECOCE 

É caracterizada pela persistência e recorrência da ejaculação em aproximadamente 1 min ou menos, após o início da relação sexual e antes do momento desejado pela pessoa. Para além do tempo em uma avaliação da condição é preciso considerar o impacto na satisfação sexual, se vem acompanhado de sofrimento significativo e se ocorrem em 75 a 100% das vezes em que você tem relações sexuais, também se avalia se o quadro perdura em um período de 6 meses a 1 ano.

 

QUAIS SÃO AS CAUSAS DA EJACULAÇÃO PRECOCE.

 Tendem a ser multifatoriais, isso significa que pode envolver tantos aspectos psicológicos, quanto biológicos.

A ansiedade de performance sexual está relacionada ao problema, muitas vezes o homem se sente pressionado a atender expectativas pessoais ou da parceria e isso pode desencadear uma ansiedade significativa que afeta a resposta sexual, influenciando no controle ejaculatório.

Em relação aos problemas de ordem biológico, estudos apontam que a determinação genética pode influenciar no reflexo ejaculatório, por exemplo, homens que tem histórico de ejaculação precoce na familia podem ter predisposição para desenvolver o problema.

Além disso, causas orgânicas podem estar associadas ao problema, mas é importante saber que a ejaculação precoce é frequentemente relacionada com causas psicológicas.

COMO É REALIZADO O TRATAMENTO.

Em um primeiro momento é realizada uma avaliação para entender sua história de aprendizagem sexual. 

É preciso avaliar as possíveis causas psicológicas, como a ansiedade, algum trauma sexual ou falta de experiência sexual, autoconhecimento do próprio corpo, baixa autoestima ou outras questões de saúde mental. Essa avaliação vai conduzir a tomada de decisão para o plano de tratamento. 

Que geralmente envolve, manejo da ansiedade e de emoções negativas presentes na situação sexual, como vergonha ou frustração, também serão realizados exercícios para autopercepção corporal realizados em casa, após as instruções recebidas na psicoterapia. A ideia é que você aprenda a mudar o foco do desempenho sexual e a focar nas sensações corporais.

Se você estiver em um relacionamento, o ideal é convidar a parceria a participar do processo terapêutico, será feito um acolhimento e compreensão por minha parte das percepções e dificuldades dessa parceria, abrindo espaço para a psicoeducação sobre o problema e instruções de como poderá auxiliar nos exercícios, quando necessário.

 Também, é sugerido fazer uma avaliação com urologista para saber se não tem causas que não sejam psicologias, ele também poderá receitar medicamentos que agem para atrasar um pouco a ejaculação. Geralmente as medicações utilizadas para tratar a ejaculação precoce incluem os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) ou outros tipos de antidepressivos que não fazem parte dessa classe de medicamentos. A função desses medicamentos é aumentas a quantidade de serotonina disponível nas sinapses nervosas, este aumento está associado a um maior controle sobre o reflexo ejaculatório.

Resumindo, o processo terapêutico nesse caso irá te ajudar:

  • A lidar com traumas sexuais, caso estes se façam presentes;

  • Reduzir a ansiedade e emoções negativas presentes, como vergonha e frustração;

  • Realizar enfrentamento gradual das situações que produzem a ansiedade ou urgência para ejacular;

  • Compreender e modificar as possíveis crenças errôneas sobre sexualidade e alinhar as expectativas relacionadas ao desempenho sexual;

  • Desenvolver autopercepção corporal, do seu processo excitatório e da resposta ejaculatório;

  • No caso, de haver uma parceria, melhorar a comunicação e a intimidade no relacionamento;

 

EJACULAÇÃO RETARDADA 

Quando a pessoa com pênis demora para ejacular e essa demora acontece sem ser desejado, é denominado de Ejaculação retardada. Portanto, é a dificuldade ou a incapacidade para ejacular, mesmo quando ocorre uma estimulação sexual adequada e o desejo de.

O Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5- TR), não especifica quanto tempo é considerado ejaculação retardada, esse tempo é determinado pela experiência de angústia ou insatisfação da pessoa que sofre com o problema, assim como pelo desconforto da parceria, quando a pessoa acometida do problema está em um relacionamento.

Algumas pessoas ao se masturbar conseguem ejacular , porém não conseguem durante uma atividade sexual e isso pode trazer prejuízos a relação e intenso sofrimento. Esse transtorno pode variar desde um tempo prolongado para ejacular, até a completa incapacidade, neste caso denominada de anejaculação.

De modo geral, a maioria dos pacientes que experenciam a ejaculação retarda, não apresentam dificuldade para ter e manter uma ereção, porém apresentam baixa satisfação  sexual, com grande ansiedade associada a essa condição.

 

 QUAIS SÃO AS CAUSAS?

Em relação ao que causa esse problema, estão causas de ordem psicológicas, como ansiedade de desempenho, de ordem relacional, como raiva e hostilidade na dinâmica do casal, história de traumas, como o abuso sexual na infância, questões religiosas ou uma educação sexual rígida e restritiva.

Outros fatores psicológicos também podem estar associados, como: medo ou ambivalência em relação a gravidez e a fertilidade, receio da perda de controle, medo do abandono e rejeição, inclinações parafílicas  e o que você aprendeu desejar é importante, por exemplo muitos homens aprenderam por meio da pornografia a desejar mulheres com corpos perfeitos e quando a uma mudança no corpo da sua parceira pode sentir dificuldades para experimentar o desejo.  Encontrar formas de ressignificar como sentir desejo pode ser um caminho necessário.

Além disso, quando a pessoa se excita com coisas que avalia como pouco convencionais ou até mesmo erradas, pode sentir medo e vergonha e isso impactar o desejo, e poder ter um espaço seguro para falar sobre esses interesses e fantasias pode auxiliar a diminuir o impacto da culpabilização e quando possível da aceitação desse modo de desejar/excitar-se.

A participação da parceria, quando houver, é de grande valor, pois a terapia poderá auxiliar a retomar a conexão e a intimidade entre o casal.

A terapia, então irá te auxiliar:

  • A compreender o modo como a sua sexualidade funciona, como aprendeu a desejar e como seu corpo responde a excitação;

  • A lidar com os fatores que podem estar afetando abaixo de libido, como dificuldades no relacionamento, estresse do cotidiano, ansiedade, depressão, entre outros;

  • A lidar com sentimentos de medo, vergonha e autocobrança;

  • A melhorar sua comunicação, intimidade e conexão com a parceria;

 

DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS (ou pessoas com vulva)

 

TRANSTORNO DA DOR GENITOPELVICA/PENETRAÇÃO 

No Manual diagnósticos e estatístico de transtornos mentais (DSM –5-TR), unificaram as disfunções sexuais que envolvem dor, são elas o Vaginismo, a Dispareunia e a Vulvodínia, porém elas têm características específicas que são importantes avaliar para traçar o plano de tratamento.

A seguir vou especificar cada uma dela para sua compreensão:

A) Vaginismo:  envolve a contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico, deixando a penetração dolorosa, ou até mesmo, inviável de acontecer. Essa condição interfere, não apenas, na atividade sexual com penetração, mas também na realização de exames ginecológicos e no uso de absorvente interno.

Uma mulher que sofre com o vaginismo tende a desenvolver ansiedade e medo recorrente da dor, a colocando em um ciclo de tensão e dor a cada tentativa de penetração, o que causa extremo sofrimento;

B) Dispareunia:  Faz referência a uma dor que ocorre durante a penetração, ela pode ser classificada em superficial ou profunda, como mesmo nome sugere a dispareunia superficial é aquela que acontece na entrada da vagina, quando se inicia a relação sexual, enquanto a dispareunia profunda, a dor acontece mais adiante do canal vagina, quando ocorre a penetração profunda. A dispareunia pode ser desenvolvida quando ocorrem hábitos inadequados, como a penetração sem a lubrificação necessária. As Infecções frequentes, como por exemplo, candidíase por repetição, também podem fragilizar a vagina e predispor a dispareunia.

C) Vulvodínia: É uma dor que ocorre na vulva (parte externa), ela é recorrente e localizada e acarreta um sofrimento de ordem psicológica e sexual significativo. É natural como eu qualquer outra condição de dor sexual que a pessoa passe a apresentar baixa do desejo, evitação das situações sexuais e baixíssimo prazer.

A Vulvodínia, não é incomum e tem alta prevalência, mas devido a crenças errôneas e difundidas socialmente, muitas mulheres naturalizam a experiência da dor sexual e tendem a sentir vergonha ao falar sobre isso, experimentando frequentemente sensações de fracasso e inadequação, além de preocupação em não satisfazer seus parceiros e serem “menos mulher” ou “menos atraente e desejável”.

De modo geral, essas são as cognições apresentadas por mulheres que sofrem de transtorno de dor genitopelvicas/penetração. E é importante mencionar que transtornos relacionados à sexualidade, podem desencadear outros transtornos psicológicos e vice-versa, por exemplo, a literatura aponta que mulheres que sofrem com a dor sexual, tem suas chances significativamente aumentadas para desenvolver episódios de ansiedade e depressão.

 

TRANSTORNO DO ORGASMO FEMININO

Essa condição é também conhecida como Anorgasmia, ela ocorre quando existe uma dificuldade em atingir o orgasmo ou quando a intensidade orgásmica é reduzida.

Para se compreender se fecha diagnóstico para o transtorno é preciso fazer uma avaliação contextual, que verifica o tempo de ocorrência do problema, a frequência, o impacto na vida pessoal e se há sofrimento.

Para além disso, outros fatores precisam ser observados, como :

  • Relacionados com a parceria e possíveis dificuldades relacionais, além de averiguar se a estimulação sexual está sendo apropriada;

  • Vulnerabilidades individuais, tais como, histórico de abuso sexual, problemas com a autoimagem corporal, comorbidades psiquiátricas ou demais estressores;

  • Relacionados a crenças e valores religiosos e culturais, por exemplo que possam estar influenciando nas expectativas ou criando proibições sobre a experiência sexual. (é possível ajustar esses fatores na psicoterapia sem ferir a crença e o valor pessoal do paciente);
     

Portanto, buscar ajuda profissional é importante para compreensão do que está envolvido nessa dificuldade, pois mesmo que não se configure em um transtorno propriamente dito, se houver sofrimento tendo como objetivo o aumento da satisfação sexual, intervenções se farão necessárias.

Na terapia em sexualidade você poderá entender e aprender:

  • Percorrer o histórico da sua vida sexual, de como aprendeu sobre sexualidade, abrindo espaço para questionar possíveis crenças errôneas aprendidas;

  • Aprender sobre o funcionamento sexual;

  • Conhecer e explorar a anatomia de sua vulva;

  • Conhecer melhor seu corpo e suas zonas erógenas;

  • Ser mais ativa na busca do seu próprio prazer;

  • Desenvolver uma comunicação mais assertiva com a parceria, sobre suas necessidades, desejos e limites; 

  • Fazer exercícios íntimos que terão como objetivo, fortalecer o assoalho pélvico e facilitar a experimentação do orgasmo;

É necessário saber, que todo esse processo ocorre de modo gradual, respeitando os seus limites, levando em consideração os seus valores e crença, obedecendo sua disponibilidade, avaliando seus medos e dificuldades envolvidas.

O importante a  saber é  que a terapia em sexualidade é um espaço que além de dar condição para desenvolver autoconhecimento e manejo das suas questões sexuais e de relacionamento, também é um espaço de acolhimento, compreensão e valorização da mulher.

TRANSTORNO DO INTERESSE/EXCITAÇÃO SEXUAL FEMININA

O baixo desejo sexual ou a falta de libido, como também é mencionado, está entre as principais causas da busca por psicoterapia em sexualidade.

A seguir apresento os critérios diagnósticos mencionados no DSM-5-TR (Manual diagnóstico e estatísticos de transtornos mentais), para essa condição:

  1. Ausência ou redução do interesse pela atividade sexual;

  2. Ausencia ou redução dos pensamentos ou fantasias sexuai/eróticas

  3. Nenhuma iniciativa ou iniciativa reduzida para as atividades sexuais e falta de receptividade às tentativas da parceria;

  4. Ausencia ou redução na excitação/prazer durnte o sexo em quase todas as relações sexuais;

  5. Ausência ou redução do interesse sexual em resposta a quaisquer estímulo sexual;
     

A libido feminina pode ter variações por diversas razões, tanto por causas biológicas/orgânicas, quanto por fatores ambientais/relacionamentos e culturais. Sem dúvida, o desejo sexual/libido é um dos domínios mais complexos, porque recebe influências de absolutamente todas as esferas da vida.

Sendo assim, é necessário lembrar  que a sexualidade feminina, historicamente foi moldada com muitos tabus, desconhecimento e repressão, ainda que esses fatores diminuam ao longo do tempo, os reflexos desse passado, se fazem presente na sexualidade feminina até os dias atuais.

Nós mulheres, fomos socializadas dentro do aspecto de papéis de gênero, com restrições em relação a nossa própria sexualidade, enquanto que por exemplo, os homens foram socializados com maior liberdade sexual.

Além disso, as mulheres não foram incentivadas a conhecer o próprio corpo e isso limita a possibilidade de saber o que é excitante e prazeroso. 

Outro fator importante, é o quanto a cultura e os esteriotipos de genero, determinam estétcos que impactam na percepção da mulher sobre si, sobre seu corpo, em sua autoimagem, o que resulta muitas vezes da vergonha e exposição do corpo, inclusive durante a atividade sexual, ou ainda colocando essa mulher em estado de hipervigilancia, cuidando com posiçoes e contexto (por exemplo, somente sexo com a luza apagada) o que deixa o repertório sexual restrito, afentando no desejo, na excitação e na satisfação sexual;

 

POR QUAL RAZÃO E QUANDO DEVO BUSCAR POR PSICOTERAPIA EM SEXUALIDADE.

 

A fim de contextualizar e favorecer sua compreensão, acho válido explicar que Sexologia é a ciência que estuda aspectos sobre a sexualidade é um terapeuta sexual munido desse conhecimento proveniente da sexologia e da psicologia clínica, está equipado de ferramentas para intervir junto às dificuldades trazidas pelo paciente nessa área da vida.

É importante saber que quando falamos sobre o termo sexualidade, é mais abrangente do que o ato sexual em si, sexo biológico ou reprodução, ela influencia nossos sentimentos, pensamentos e ações, está associada a motivação para a busca de conexões emocionais e de intimidade, além disso envolve aspectos comportamentais e culturais. Isso porque os comportamentos sexuais são demasiadamente afetos por aspectos sociais e sofrem pressão direta dos fatores normativos da sociedade.

Observe, como a sexualidade é complexa e constitui de modo significativo a construção e o desenvolvimento da nossa identidade, de quem somos e como nos vemos no mundo.

A função da terapia em sexualidade é justamente auxiliar e conscientizar o paciente do impacto de fatores externos no modo como ele percebe e vivencia sua sexualidade, a considerando como um pilar importante, para sua identidade, para a autoestima e para o modo como se relaciona.

A nossa relação com a sexualidade, o modo como a expressamos e a experimentamos e os nossos padrões de comportamento sexual, podem indicar questões que estão além de aspectos físicos e fisiológicos, a sexualidade também pode ser um caminho para compreender questões psicológicas e emocionais que nos afetam e que não damos conta ao longo da vida.

Ao buscar terapia em sexualidade, você não lidará apenas com dificuldades específicas nessa área, mas abrirá a possibilidade de explorar seu autoconhecimento de modo geral.

Cabe ressaltar, que a sexualidade é algo que nos acompanha desde o nascimento e que fará parte de nós por toda vida, cada fase de vida, vivemos a manifestação da sexualidade de modo diferente. Ignorar a sexualidade e seu valor em nossa identidade e percepção de mundo, pode afetar a forma como lidamos com várias questões, como por exemplo, os relacionamentos, a autoestima, autoconfiança, auto imagem, a capacidade de criar intimidade, conexão e empatia, e também pode interferir em aspectos associados valores morais, sociais e religiosas, sem que nem sequer nos demos conta disso. Por essa razão é muito importante entender como foi aprendida e constituída nossa sexualidade, se houve traumas ou eventos que não foram idealmente processados, compreendê-los e desenvolver meios eficazes de lidarmos com eles se faz necessário.

Um psicoterapeuta em sexualidade pode deixar as experiências relacionadas à sexualidade mais leve e prazerosa, poderá te ajudar a lidar melhor com seu corpo, seus desejos, colocando você como protagonista em sua vivência sexual, para ter qualidade em seus relacionamentos e aumento do bem-estar.

 

COMO UM PSICOTERAPEUTA EM SEXUALIDADE PODERÁ TE AJUDAR

 

Pesquisas apontam que os pacientes com queixas de ordem sexual, tendem a levar até 5 anos para buscar apoio profissional, esse período longo, infelizmente pode agravar o problema, por essa razão é recomendado a busca por ajuda, já ao observar as primeiras dificuldades.

Quando falamos em terapia em sexualidade, muitas pessoas tendem a pensar que o processo terapêutico irá abordar somente sobre as relações sexuais, mas na verdade, a sexualidade está relacionada ao modo como a pessoa vê a si mesma, aos outros e ao mundo. E é essencialmente sobre o impacto dessas convicções que serão abordadas durante as sessões de psicoterapia.

 

Abaixo elenco alguns temas que poderão ser discutidos em uma terapia em sexualidade.

  1. Problemas de relacionamentos, que podem ou não estar ligadas diretamente com uma disfunção sexual;

  2. Queda ou ausência de libido;

  3. Comportamentos sexuais compulsivos, como a masturbação excessiva e o uso indiscriminado e constante de pornografia;

  4. Disfunções sexuais;

  5. Parafilias 

  6. Ansiedade em relação ao desempenho sexual;

  7. Traumas relacionados a sexualidade

  8. Histórico de Abusos ou violência sexual

  9. Aversão sexual 

  10. Gênero e preferências sexuais;

  11. Habilidades de comunicação - Assertividade Sexual;

  12. Relacionamentos afetivos e sexuais 

  13. Relacionamentos não monogâmicos e poliamorosos.

  14. Demandas LGBT+

  15. Questões de saúde reprodutiva

  16. Relacionamentos abusivos

  17. Sobrecarga feminina e dificuldades de desejo e orgasmo;

  18. Autoconhecimento sexual e variabilidade do comportamento sexual;

  19. Percepção corporal
     

Além de todos esses temas, uma terapeuta em sexualidade poderá auxiliar qualquer pessoa que tenha o desejo de melhorar sua vida sexual e seus relacionamentos. 

Também saliento que ao falar de sexualidade estamos também propiciando reflexões acerca de aspectos culturais e de gênero, como homofobia, machismo e outras questões relacionadas aos papéis de gênero. Portanto, fazer terapia em sexualidade é para além de resolver problemas específicos, é também auxiliar na desconstrução de crenças aprendidas ao longo da vida que interferem na expressão de uma sexualidade saudável. É abrir espaço para uma nova perspectiva acerca de si e da sua sexualidade.

 

UM PONTO DE PARTIDA PARA REFLETIR SOBRE SUA SEXUALIDADE 

Você se conhece o suficiente para saber quem é você sexualmente?

E a sua parceria, você sabe o que ela gosta e deseja? Já parou para refletir sobre essas questões?

Se você está por aqui, quem sabe seja o momento de entrar em contato com isso.

È interessante pensar o quanto ainda evitamos falar sobre sexo de modo apropriado, as vezes esse tema aparece nas rodas de conversas com amigos, até de modo pejorativo ou as vezes cheio de cuidados, como se fosse algo que devesse ficar velado, como se fosse errado e inadequado falar sobre.

Pois bem, quando conhecemos uma pessoa, com a qual tempos intenção de estabelecer um relacionamento, conversamos sobre muitas coisas, buscamos conhecer minuciosamente a pessoa, mas dificilmente falamos sobre a sexualidade, não falamos efetivamente sobre preferências sexuais, fantasias, tendemos acreditar que a sexualidade acontecerá naturalmente, não é mesmo? Porém, relacionamento é construção, amar é dinâmico, requer habilidades e em relação a sexualidade, demanda abertura para o aprendizado sobre si e sobre o outro, envolve portanto, autoconhecimento e comunicação.

Abordo um pouco mais sobre isso aqui.

Agendamento de Consultas

As sessões de psicoterapia em sexualidade são conduzidas de forma confidencial e respeitosa através de terapia online. Entre em contato para agendar sua consulta e dar o primeiro passo em direção a uma vida sexual mais satisfatória e significativa.

 

Não deixe que questões relacionadas à sexualidade afetem sua qualidade de vida. Estou aqui para ajudar.

Psicóloga Michele Gouveia | Especialista em Sexologia e Análise do Comportamento.
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